Todas as crianças menores de cinco anos devem voltar aos postos de vacinação no próximo dia 23 de agosto para tomar a segunda dose da gotinha contra a paralisia infantil
A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde espera vacinar 17.091.775 durante a segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, no próximo dia 23 de agosto.
O esquema dessa segunda etapa da vacinação envolverá mais de 443 mil servidores e voluntários distribuídos em 139 mil postos em todo o país. Para que os municípios de difícil acesso não corram o risco de não vacinar suas crianças, o Sistema Único de Saúde (SUS) colocará em campo 40 mil veículos, dez aeronaves e 2,5 mil embarcações.
Para a segunda etapa da campanha, foram adquiridas e distribuídas aos estados 29,5 milhões de doses da vacina Sabin, ao custo de R$ 9,3 milhões. Outros R$ 5 milhões custearam a campanha publicitária, totalizando investimento de R$ 14,3 milhões.
A primeira etapa da campanha deste ano ocorreu no dia 14 de junho e obteve cobertura de 98,3%, superando a meta recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 95%. Para a OMS, esse índice, além de manter a doença erradicada nos países que já eliminaram a transmissão, como o Brasil, contribui para a erradicação da poliomielite no mundo. A OMS espera que até 2005 todos os países do mundo consigam eliminar a pólio. No Brasil, o último caso foi registrado em 1989.
A Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite é realizada todos anos pelo Ministério da Saúde em parceria com os estados e municípios por intermédio do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Este ano, o PNI completa 30 anos com um histórico de vitórias importantes no controle, na prevenção, na eliminação e na erradicação de doenças que podem ser evitadas por vacinas. Algumas delas são as erradicações da febre amarela urbana, da varíola e da poliomielite. Além disso, o Brasil está em fase de eliminação do sarampo e de extinção do tétano neonatal.
Recursos - O Ministério da Saúde investiu R$ 41,1 milhões para realizar as duas etapas da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite. Na primeira etapa, foram aplicados R$ 26,8 milhões da seguinte forma: R$ 9,3 milhões na aquisição de 29,5 milhões de doses de vacina, R$ 12,5 milhões destinados ao repasse aos estados para a operacionalização da campanha nas duas etapas e outros R$ 5 milhões em publicidade.
A segunda etapa conta com investimento de R$ 14,3 milhões, desdobrados em R$ 9,3 milhões para a compra da vacina e R$ 5 milhões destinados à publicidade.
Prevenção - A vacina contra a pólio se destina a todas crianças menores de cinco anos, mesmo as que estejam com tosse, gripe, coriza, rinite ou diarréia. Não existe tratamento para a pólio, somente a prevenção, por meio da vacina, garante que a pessoa fique livre da doença.
Apesar de o Brasil não ter registro de casos desde 1989, é importante manter campanhas de vacinação anuais, em duas etapas, porque o poliovírus, causador da enfermidade, pode ser reintroduzido no país, já que sua circulação ainda ocorre em cerca de sete nações: Índia, Nigéria, Paquistão, Egito, Niger, Afeganistão e Somália. Além dessas áreas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a Angola, Bangladesh, República Democrática do Congo, Etiópia, Nepal e Sudão como regiões com alto risco de reintrodução da poliomielite.
A OMS estima que a imunização, em todo o mundo, previna 550 mil casos da enfermidade a cada ano. Antes do desenvolvimento da vacina, na década de 50, a poliomielite matava ou deixava com deficiência física centenas de milhares de pessoas todos os anos.
Nova secretaria - A criação da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), em junho de 2003, veio reforçar áreas extremamente estratégicas do ministério, que são as de vigilância epidemiológica e de controle e prevenção de doenças.
A partir de agora, as ações de controle e prevenção de doenças, antes desempenhadas pelo Centro Nacional de Epidemiologia da Fundação Nacional de Saúde, passam a ser executadas pela SVS, que também agrega importantes programas nacionais de combate a doenças como tuberculose, hanseníase, hepatites virais, DST e Aids.
Além disso, a SVS também coordena ações na área de vigilância ambiental em saúde e o controle de agravos e doenças não transmissíveis. Com base em dados epidemiológicos, a secretaria analisa a situação de saúde, possibilitando a definição de políticas, a adoção de medidas preventivas e o aprimoramento da vigilância epidemiológica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com o organograma montado pelo Ministério da Saúde, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), laboratórios e centros de pesquisa também estão subordinados à SVS. Dessa forma, espera-se uma total integração entre as diversas atividades da instituição e também com a recém-criada Secretaria de Atenção à Saúde, tanto nas ações básicas como no atendimento hospitalar.
TEXTO: Portal da Saúde
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