Saiu na imprensa diversas matérias sobre o relatório da fiscalização Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ) após da morte de nove crianças. Entretanto houve falta de consenso da mídia sobre o verdadeiro resultado deste relatório.

O jornal O São Gonçalo publicou que não foi encontrado nada que levasse a crer que houve surto de infecção e no final colocou o subtítulo "Unidade oferece exames e tratamentos" e no texto dizia " Com 111 leitos, divididos em UTI's, maternidade e outras especialidades, o Hospital da Mulher Gonçalense (HMG) é o maior ponto de referência da Região Metropolitana na categoria. Inaugurado em 30 de março de 2010, passou por uma grande reforma, tendo seus ambientes ampliados." Esta matéria foi copiada para o jornal Estadão.

De outro lado, foi noticiado pelo jornal O Dia e o Portal G1, que o Hospital da Mulher Gonçalense não possui sequer o registro no Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ).

Então liguei para o CREMERJ para saber a verdade dos fatos:

O HMG possui ou não o registro do conselho?
O número de profissionais é adequado?
A unidade hospitalar realmente possui toda a aparelhagem para realização de exames e tratamentos?

Eis que consegui as seguintes respostas:

O Hospital da Mulher Gonçalense não possui registro no Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, isto não quer dizer que a unidade não pode funcionar, mas quer dizer que o CREMERJ não deu o seu aval para o funcionamento.

Entretanto o HMG não possui também a Certidão de Anotação de Responsabilidade Técnica (esta anotação define, para efeitos legais, o responsável ou responsáveis pelo empreendimento. Sem ela praticamente não se consegue definir num caso de uma ação judicial, o responsável legal pelos trabalhos¹.) e o Certificado de Inscrição de Empresa.

O número de profissionais é adequado somente para o número de leitos existentes, entretanto foi constatado que havia superlotação, logo não havia profissionais suficiente para atender a demanda do HMG prejudicando a estrutura de acolhimento e da sala de cirurgias, sendo que a superlotação foi encerrada após a fiscalização do CREMERJ e os noticiários da imprensa.

O CREMERJ durante a fiscalização descobriu também que o HMG não possui equipamentos necessários para realizar Ultrassonografia com Doppler e Cardiotocografia, o que seria indispensável para a maternidade.

O jornal O Dia foi o jornal que mais se aproximou da verdade dos fatos e novamente o jornal O São Gonçalo tentou ludibriar o povo.

Muito obrigado à assessoria de comunicação do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro pela transparência no atendimento ao cidadão e ao jornal O Dia pela reportagem séria e verídica.

E agora tudo está esclarecido!

2 comentários:

  1. há uma luz no caminho de quem busca a verdade dos fatos. Parabéns Rafael!

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  2. Parabéns pela pesquisa, Rafael! Esse é o verdadeiro papel de um jornalista.

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